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Com estradas fechadas, postos de Cuiabá ficam sem combustível

24 Mai 2018 - 13:56

Com estradas fechadas, postos de Cuiabá ficam sem combustível
Com o quarto dia de paralisação dos caminhoneiros, nesta quinta-feira (24), vários postos de Cuiabá amanheceram sem combustível. 
 
A escassez é consequência da manifestação convocada pela Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA).
 
O protesto teve início na segunda-feira (20) e é contra o aumento do óleo diesel, cujo preço estaria tirando a rentabilidade do setor.
 
Na manhã desta quinta-feira, a reportagem do MidiaNews percorreu mais de 10 postos em Cuiabá - e em nenhum havia mais etanol. Em alguns deles, além do etanol, não havia gasolina ou diesel.
 
Desde cedo os postos estão lotados de carros e motocicletas, cujos motoristas temiam ficar sem o combustível. Porém muitos estão voltando para casa sem abastecer.
 
Em alguns postos, os funcionários anunciavam a falta de combustível com placas ou em pedaços de papel.
 
No Bairro Tijucal, praticamente nenhum posto de combustível tinha mais nada para vender.
 
Um motociclista conversou com a reportagem e contou já estava trafegando havia alguns minutos em busca do produto, mas que ainda não tinha encontrado.
 
“Eu apoio a movimentação dos caminhoneiros, mas não me atentei para abastecer”, disse.
  
Segundo o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo (SindiPetróleo-MT), nas principais cidades do Estado também já há a falta de produtos e alguns revendedores já informaram que a partir de hoje o estoque pode se esgotar.
 
Ainda conforme o Sindicato, não há como contabilizar a quantidade de postos que estão sem combustível, uma vez que em Mato Grosso há mais de 1.000 estabelecimentos.
 
No entanto, além de Cuiabá, postos em Tapurah, Primavera do Leste, Nova Xavantina, Diamantino e Juína já relataram não ter mais nada para vender.
 
Em Sorriso, conforme o SindiPetróleo, há filas quilométricas para abastecer veículos, que duram mais de horas.
 
Setor alimentício
 
No setor alimentício, o consumidor deve começar a sentir a escassez e a alta nos produtos, ainda esta semana.
 
Segundo o presidente da Associação Matogrossense de Atacadistas e Distribuidores (Amad), João Carlos Sborchia, o protesto já está refletindo no setor.
 
“Daqui a pouco começa a faltar os produtos industrializados, principalmente aqueles que não são fabricados no Estado. Isso começa a ter reflexos nos preços dos produtos. Nós não temos rodovias, não somos um País desenvolvido. Aqui tudo é feito pelo caminhão” disse.
 
“Então isso nos causa preocupação muito grande. Na verdade, já está havendo e é uma situação que você acaba tendo que repassar o custo, e isso gera uma inflação”, afirmou.
 
O presidente ainda informou que apoia o movimento dos caminhoneiros e critica o aumento do combustível.
 
“O Brasil quer adotar politica de ‘mercado internacional’ com relação a preço, mas não aplica quando se fala em impostos. Hoje o litro do diesel varia de acordo com os Estados, não só considerando as distâncias, mas as taxas de impostos. Isso requer uma atenção de todos nós, do governo estadual, federal e empresários", afirmou.
 
"Acho justíssimo o movimento dos caminhoneiros, porque é impossível trabalhar assim. O caminhoneiro sai hoje com o frete do Sul pra cá [Mato Grosso], vem aqui com o custo do óleo e ganha um pouquinho a mais pra retornar, e assim ele consegue ganhar uma ‘coisinha’. Mas na hora de fazer a conta de tudo, ele sai no prejuízo”, comentou.
 
Em nota, a Associação de Supermercados de Mato Grosso (Asmat) afirmou que esta acompanhando a paralisação dos caminhoneiros e teme pela falta de carnes e verduras.
 
“A entidade já identificou alguns itens que podem sofrer desabastecimento, como carnes e verduras. O setor está torcendo para que grevistas e Governo Federal cheguem a um acordo o mais rápido possível”, diz trecho da nota.
 

Fonte: Redação

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