O principal líder do Movimento dos Transportadores de Grãos de Mato Grosso, Gilson Baitaca, afirmou que a categoria aceitou as novas medidas anunciadas pelo presidente Michel Temer na noite deste domingo (27), para pôr fim à paralisação que já está no 8º dia.
Em entrevista, Baitaca – que esteve presente na reunião em Brasília na noite de ontem - afirmou que o acordo contempla as reivindicações e classificou o resultado como “uma conquista histórica” para o setor.
“As nossas negociações tiveram os avanços que queríamos. Conseguimos receber muito mais do que tínhamos pedido inicialmente. Tudo porque o movimento foi ficando forte e conseguimos levar uma conquista histórica, porque nós não teríamos nada se não tivesse um movimento forte mobilizado lá na ponta”, contou.
As medidas provisórias prometidas pelo Governo já foram publicadas no Diário Oficial da União nesta segunda-feira (28) e estão valendo.
São elas: a redução do preço do diesel na bomba em R$ 0,46 por litro, congelando o preço por 60 dias e com isso zerando as alíquotas da Cide e do PIS/Cofins; eliminação da cobrança do pedágio dos eixos suspensos dos caminhões em todo o país; valor mínimo para o frete rodoviário
“Nós alcançamos nosso objetivo. A pauta dos caminhoneiros era essa e foi atingida. Agora se tiver outras pautas, os outros vão ter que assumir, porque aí já não é mais da alçada dos caminhoneiros”, afirmou Baitaca.
O representante da categoria acredita que a desmobilização nos 30 pontos que ainda estão bloqueados em Mato Grosso comece a acontecer ainda hoje.
“O pessoal que estava parado quer trabalhar. Eles estavam esperando resultados e os obtiveram. Agora eles vão pressionar para trabalhar. Acredito que vá começar a desmobilizar os pontos” disse.
Baitaca ainda informou que o processo de liberação das rodovias deve demorar, devido à pauta de parte do grupo pedindo um governo militar, que se infiltrou no protesto.
“Eu firmei um acordo com o Governo, avalizado pelo movimento que eu represento, que é dos trabalhadores autônomos e empresários que queriam buscar melhorias para o setor. Todos que estavam aqui [em Brasília] concordaram. Agora por causa dessa pauta intervencionista que acabou entrando, se infiltrando no movimento, talvez isso vá atrapalhar um pouco para desmobilizar as rodovias. Porque tem pessoas que não concordam e que não estão procurando uma melhoria para o transporte - e sim procurando outros objetivos”, explicou.
A paralisação
Pelo menos 30 pontos permanecem bloqueados na manhã desta segunda-feira (28) por conta da paralisação dos caminhoneiros nas rodovias federais que cortam Mato Grosso.
Os dados são da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que não divulgou os locais específicos onde há manifestação.
Já a concessionária Rota do Oeste, que administra trechos da BR-364 e 163, informou que ainda há bloqueios em Cuiabá, Rondonópolis, Nova Mutum, Lucas do Rio Verde, Sorriso, Jaciara e Sinop.
Conforme a empresa, apenas carros de passeio, ambulâncias, ônibus, cargas vivas e perecíveis estão autorizados a seguir viagem.
O protesto se mantém mesmo após mais uma tentativa do presidente Michel Temer de pôr fim à paralisação, anunciando novas medidas que contemplem as reivindicações. Acredita-se que os bloqueios podem ser desmobilizados a partir da tarde de hoje.
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