Recebo muitas dúvidas sobre que tipo de treino aeróbico, ou melhor, de modalidade aeróbica, é mais eficiente. Eu digo modalidade aeróbica porque uma corrida, que normalmente é um treino aeróbico, pode se tornar um treino anaeróbico quando feito com estímulos curtos e extremamente fortes, como em um sprint, por exemplo.
Na verdade, temos duas fontes de energia disponíveis em nosso corpo: a gordura, que é mais abundante, e o carboidrato, em torno de 1kg estocado, principalmente, em forma de glicogênio muscular.
Os treinos aeróbicos, que são moderados e mais longos, utilizam mais a gordura como fonte de energia. Já nos treinos mais intensos, a contração muscular feita durante o exercício físico utiliza uma mistura de gordura e carboidrato como fonte de energia. Quando o treino atinge níveis elevadíssimos de intensidade, o corpo consume mais carboidrato ainda e em pouco tempo entra em acidose, ou seja, a atividade terá que ser interrompida, bioquimicamente o corpo não consegue mais produzir energia para se manter naquela intensidade.
Mas o que significa isso?
Que apenas vamos queimar gordura com treinos longos e moderados, e só vamos gastar o macarrão do almoço com treinos de altíssima intensidade? Não, claro que não!
Essas adaptações acontecem dentro do corpo através de processos bioquímicos. O fato do metabolismo de gorduras ser mais lento e a demanda de energia ser menor em atividades moderadas faz com que ela seja utilizada majoritariamente, já que não há necessidade de uma mobilização rápida dessa energia.
Quando há necessidade de energia rápida, porque o treino ficou mais forte, o carboidrato, que gera energia mais rapidamente, é requisitado. Porém, suas reservas são limitadas, o que explica que as atividades de alta intensidades não se sustentem por muito tempo. O que também explica a importância do carboidrato em nossa alimentação, já que sem esse glicogênio disponível no organismo os músculos passam a recrutar glicogênio da massa magra, degradando os músculos tão “suadamente”
O que podemos concluir?
Que a melhor coisa é misturar tudo! Ter uma programação em que apareça treinos mais longos e moderados, que também são excelentes para a saúde do coração, treinos mais curtos e intensos, que promovem um emagrecimento pós-treino bastante eficiente, e saber que os treinos não são excludentes, muito pelo contrário.
Eu, particularmente, prefiro começar minha semana com treinos mais fortes e ir reduzindo a carga, mas outras pessoas preferem deixar os treinos mais intensos para o fim de semana, e por isso começam a semana mais devagar.
Eu faço meu exercício aeróbico mais curto e intenso, porque acho meio chato quando demora muito. Mas, por outro lado, fico horas jogando vôlei ou tênis, que são uma espécie de treinos fart lek, em que se alterna explosão com sustentação. É como sempre digo, vai do gosto do freguês. Converse com um professor de educação física e faça uma programação que respeite não apenas seu corpo e limites, mas o seu gosto e o prazer pela atividade física também.
O bom é fazer de tudo um pouco todos os dias, se divertir, ficar saudável e feliz. E de quebra, com o corpo fit, porque todo mundo gosta de ficar bem na foto!
E pro jogo de amanhã, Brasil e Bélgica? Já tem palpite? Eu tenho o meu! Confere e deixa seu recado no canal BemStar!
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