A paralisação de caminhoneiros ocorrida entre 21 de maio e 2 de junho afetou a produção industrial de 14 dos 15 estados investigados pelo IBGE em sua Pesquisa Industrial Mensal.
Segundo o instituto divulgou nesta quarta-feira (11) os estados cuja produção sofreu em maio o maior impacto foram Mato Grosso (-24,2%), Paraná (-18,4%), Bahia (15%) e Santa Catarina (-15%).
São Paulo (-11,4%) e Rio Grande do Sul (-11%) completam a lista dos estados cujas perdas em maio superam a média nacional.
Bloqueios de estradas e o consequente desabastecimento de alimentos e combustíveis levaram à produção industrial brasileira em maio a uma perda de 10,9% em relação a abril.
Quase todos os estados pesquisados tiveram em maio perdas que superaram ganhos nos meses anteriores.
A exceção foi o estado do Pará, o único da lista de 15 estados investigados pelo IBGE que teve alta na produção de maio, de 9,2%.
Goiás (-10,9%), Minas Gerais (-10,2%), Pernambuco (-8,1%), Rio de Janeiro (-7%), Ceará (-4,9%), Amazonas (-4,1%) e Espírito Santo (-2,3%) também registraram queda em maio.
Apesar das fortes perdas no período, a produção industrial brasileira acumula alta de 2% no período de janeiro a maio deste ano. Sete estados, porém, tem saldo negativo, com destaque para o Espírito Santo, que teve queda de 5,1% na produção nos cinco meses.
De acordo com o IBGE, a paralisação de caminhoneiros que durou 11 dias desarticulou a produção nacional. Diversas indústrias sofreram o impacto da mobilização, seja porque ficaram sem insumos para a produção, seja porque seus funcionários não conseguiram chegar às linhas de produção.
Durante a paralisação, houve falta de alimentos importantes na cesta básica do brasileiro, já que diversos caminhões de legumes, verduras e frutas não chegaram aos seus destinos finais. Centros de distribuição de alimentos de várias capitais brasileiras registraram faltas de produtos como cebola e batata inglesa, cujos preços dispararam.
Também houve falta de combustíveis nos postos, já que com motoristas de braços cruzados os caminhões que faziam a entrega de gasolina e diesel da refinaria para os postos deixaram de circular.
Houve ainda registro de piquetes nas portas das principais refinarias da Petrobras pelo país. O resultado foi o desabastecimento de combustíveis, que demorou alguns dias para se recuperar apesar do fim da paralisação.
Ao término da mobilização, houve uma corrida de consumidores a postos de combustíveis e supermercados atrás dos produtos que faltaram no período, o que estendeu ainda mais o período de desabastecimento.
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