Mato Grosso, além de encerrar o primeiro semestre do ano com acréscimo de 7,57% na receita das exportações – em comparação com o mesmo período do ano passado – registra o maior saldo da Balança Comercial do país, superando estados ‘cativos’ desse indicador como Minas Gerais e o Pará.
Mesmo exportando commodities in natura, especialmente soja em grão, o faturamento alcançou US$ 8,10 bilhões, acima do contabilizado nos outros estados, US$ 7,25 bilhões e US$ 6,49 bilhões, respectivamente.
Fora o recorde sobre o saldo comercial do período, a receita mato-grossense de US$ 8,10 bilhões corresponde a 27% do total faturado pela Balança Comercial brasileira que de janeiro a junho contabilizou US$ 29,93 bilhões.
O superávit estadual também apresenta avanço anual de 11,79% na comparação com os seis primeiros meses de 2017, quando o resultado - das exportações deduzidos das importações o que forma o saldo da Balança - foi de US$ 7,24 bilhões.
O saldo comercial de Mato Grosso fecha o período com resultado positivo, com expansão, enquanto que no país o semestre foi de retração de 17,34%
O economista-chefe da PR Consultoria, Carlos Vitor Timo Ribeiro, destaca que além da posição histórica do Estado, em relação à Balança Comercial, o faturamento anual cresceu na contramão do que foi verificado no país.
“O saldo comercial de Mato Grosso fecha o período com resultado positivo, com expansão, enquanto que no país o semestre foi de retração de 17,34%, com a receita encolhendo de US$ 36,21 bilhões para US$ 29,93 bilhões”.
Timo Ribeiro aponta ainda que mesmo com avanços das vendas externas, o saldo comercial de Mato Grosso nesse primeiro acumulado do ano reflete uma significativa queda nas importações.
“As exportações mato-grossenses somaram de US$ 8,65 bilhões registrando aumento de 7,57% em relação aos US$ 8,04 bilhões de 2017, mas com queda substancial das importações de 30,73% contribuindo para um recorde estadual no saldo da balança comercial”. As importações acumularam de janeiro a junho desse ano US$ 552 milhões contra US$ 796,95 milhões em igual acumulado do ano passado.
CÂMBIO
Outro destaque que o economista traz em sua análise é a reversão do efeito do câmbio sobre as exportações, que passa de uma situação de ‘perdas’ para fechar o semestre com ‘ganhos’. Como explica, “felizmente temos um ‘ganho’ de R$ 4,2 milhões, por conta da apreciação (valorização) de 14,7% do dólar frente ao real, no período”.
Como explica, com o dólar médio de junho desse ano em R$ 3,783, as exportações totalizam R$ 32,74 bilhões, contra R$ 28,53 bilhões com o dólar médio de junho do ano passado que esteve em R$ 3,297, “daí vem a diferença positiva de R$ 4,20 milhões com a conversão da moeda, o que denominamos ‘ganho cambial’ com reflexos positivos para a economia mato-grossense, que tem nas exportações, contribuição expressiva na formação histórica do PIB estadual”.
O segmento exportador mato-grossense conseguiu fechar o primeiro semestre do ano sem registrar perdas severas em razão da greve dos caminhoneiros, paralisação que atingiu em cheio o transporte de cargas no país entre os dias 21 de maio a 2 de junho.
Os efeitos do movimento derrubaram importantes indicadores estaduais como as vendas do varejo (-2,1%), o setor de prestação de serviços (-9,3%) e a produção industrial, que teve no Estado a maior retração do país, 21%, conforme dados do IBGE até maio. Entretanto na comparação mensal entre a receita das exportações de maio ante a de junho, o saldo variou em -18,37%, passando de US$ 1,85 bilhão para US$ 1,51 bilhão.
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